Mãe, arquiteta, jornalista e avó, tudo nessa ordem. Esta é, objetivamente, a trajetória de vida de Maisa Vasconcelos, conhecida por suas atuações em programas de rádio e TV. Mas, antes de se tornar “popular”, a filha de Itapipoca teve que sair de sua terra natal para chegar a Fortaleza. “Quando minha família veio para cá, eu não tinha nem dois anos de vida. As primeiras lembranças que tenho são dos quintais cheios de frutas, mangueiras e coqueiros. Mas também tenho lembranças de ser levada para tomar banho de mar ainda muito pequena”, revela.

 

O tempo foi passando e, aos poucos, Maisa foi crescendo e seguindo seus passos pela cidade. Com 19 anos, na década de 1980, a jovem acabou tendo um baita susto que mudaria sua realidade para o resto da vida. Foi nessa idade que descobriu que seria mãe. “Engravidei adolescente, solteira. Foi um susto. Mas foi uma gravidez muita curtida com o pai do meu filho e com a minha família que, na época, ficou muito chocada e não queria aceitar, depois nos acolheu. O nascimento do bebê também foi algo curtido, levando em consideração a técnica de parto humanizado.”

 

Mesmo se tornando mãe, não colocou empecilhos para realizar seus sonhos. O principal deles foi pensando e desenhado aos 12 anos de idade. Na época, a menina sonhava em se formar em arquitetura. Por isso, Maisa arregaçou as mangas e começou a estudar bastante para conquistar sua vaga na Universidade Federal do Ceará (UFC). “O primeiro vestibular que fiz foi bomba, não passei. Depois disso, passei meses estudando de manhã, tarde, noite e madrugada, e passei em arquitetura, em 1982. Entrar na faculdade de arquitetura da UFC, foi uma das coisas mais marcantes da minha vida”, conta, entusiasmada.

 

Após realizar esse sonho, novas metas e desafios foram aparecendo para a jovem que, aos poucos, foi se tornando mulher. Em 1993, depois de receber um convite de emprego do jornalista Tancredo Carvalho, do então diretor do Sistema Jangadeiro de Comunicação, Maisa teve seu primeiro programa de TV ao vivo. “Foi um programa de muita prestação de serviço e que lidava com muita gente. Também tinha o fato de estar ao vivo, que para mim era muito forte”, relembra.

 

Cincos anos se passaram e ela continuava mergulhando, agora com mais intensidade, na comunicação cearense. Em 1999, depois de fazer um curso de radialista, Maisa conquistou sua primeira experiência em rádio. “Na época, meu primeiro contato com comunicação/jornalismo foi trabalhando na rádio Pajeú/FM. No estúdio, a gente apresentava músicas brasileiras e conteúdos ligados à vida cultural.”

 

Só depois de nove anos de experiência na comunicação/jornalismo, Maisa teve a oportunidade de fazer o curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, em 2002.“Não fiz o curso antes porque trabalhava, tinha filho e não podia estudar durante o período da manhã. Na época, essa era a única opção de horário que tinha disponível na UFC. Então, quando surgiu o primeiro curso de jornalismo noturno, em faculdades particulares, encarei este desafio”, disse.

 

Mesmo tendo demorado um pouco mais que o normal, que seria de quatro anos, Maisa se formou em 2008, totalizando seis anos de estudos. Mas, dois anos antes de se formar, ela teve outra grande surpresa em sua vida. “No meu aniversário de 41 anos, o meu filho e a namorada me deram um presente: anunciariam que eu seria avó! Foi um susto porque quando olhei para eles percebi: eram adolescentes. Achei, então, que teriam as mesmas dificuldades de quando eu estava grávida. Chorei muito, fiquei um pouco preocupada. Mas, depois, foi tudo muito lindo. Hoje, meu neto tem 10 anos e considero-o como um dos maiores presentes que a vida me deu”, declara emocionada. E, aos 51 anos, Maisa Vasconcelos está de volta ao rádio com o programa Revistas O POVO, transmitido pela rádio O POVO/CBN.

 

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